"Pela própria derivação etimológica (...) [do grego erotikós, em referência a Eros, deus do amor na mitologia grega], o erotismo cinematográfico no imaginário coletivo é considerado como algo sublime, contextualizado e sugestivo (...). Tratado com menos preconceito artístico e social, por lidar com a dimensão fantasiosa e obscura do desejo sexual, no cinema dito erótico o sexo aparece (ou não aparece) simulado, dramatizado em uma ficção. Mesmo quando procura o realismo em suas representações, a imagem erótica não é saturada nem explícita, aposta na simulação e instiga o desejo por meio da imaginação do sexo. (...) Essa imagem até pode levar à cena o obsceno, o sexo, mas ele não é explicitado por estar atrelado às barreiras contextuais da trama. Ou seja, não tem efeito pornográfico por não violar nenhuma barreira moral de modo direto, unilateral e explícito. O cinema erótico não foca exatamente na prática sexual e o prazer dela extraído como nos filmes pornográficos, mas fundamenta-se naquilo que é anterior: o desejo. Mesmo não se efetivando de modo explícito, ele é explorado na trama."

(GERACE, 2015, p. 41-42, grifo do autor)