"(...) a imagem do obsceno em um filme condiz mais com o seu momento histórico, ao Zeitgeist, do que necessariamente com a sua visualização diegética, (...) o ‘efeito obsceno’ só tem sentido quando colocado em cena (...), já que o obsceno é aquilo que está fora de cena por ferir o pudor e o que deve estar escondido. Assim, quando levado à cena, a imagem do sexo explícito, nesse caso, torna-se obscena; embora nem toda obscenidade seja sexual. (...) O obsceno atinge o status de erótico ou pornográfico dependendo de seu efeito moral em cada contexto social, de sua explosão discursiva e, fundamentalmente, da violação de algum segredo, de alguma intimidade."

(GERACE, 2015, p. 31-32, grifo do autor)